sexta-feira, 3 de maio de 2013

"RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÃO" DE VENCER NA MADEIRA

Vítor Pereira fez esta quinta-feira a antevisão da deslocação ao terreno do Nacional (28.ª jornada da Liga, sábado, 20h30), numa conferência de imprensa em que se debruçou sobre acontecimentos ocorridos fora das quatro linhas. O triunfo na Madeira é uma questão de orgulho e respeito pelos adeptos, mas o treinador considera “impossível” disputar o campeonato até ao fim, devido a factores externos.

“Fundamentalmente, as contas que se fazem nesta altura são de obrigação, responsabilidade e de honrar o nosso trabalho. É uma responsabilidade de toda a época, pelos nossos adeptos. Isso faz-se ganhando os jogos que faltam e são essas contas que devemos fazer. É esta a nossa responsabilidade e obrigação”, começou por dizer Vítor Pereira, que fez depois uma análise do adversário, que o FC Porto já defrontou por três vezes esta época.

“A Choupana é um campo difícil para qualquer adversário. A qualidade individual dos jogadores da frente, pela sua velocidade e mobilidade, coloca problemas a qualquer equipa. O trabalho do Manuel Machado tem sido de qualidade e permitiu à equipa ir subindo e ainda aspirar a um lugar europeu. Teremos dificuldades e o facto de já os termos vencido por três vezes não tem relevância, porque cada jogo tem sua história. Vamos à Madeira com a percepção de que se trata de um adversário difícil, mas vamos para honrar o nosso trabalho e qualidade de jogo e para conquistar os três pontos”, afirmou.

Depois, questionado sobre o alegado interesse do Benfica por um jogador do Estoril, equipa que os lisboetas defrontam na próxima segunda-feira, Vítor Pereira considerou “impossível” que a equipa da Linha traga pontos da Luz. “O Estoril tem apresentado qualidade de jogo e é uma equipa difícil, mas sinceramente, pelo que tenho visto, acredito que de uma maneira ou de outra, com ou sem mérito desportivo, o nosso adversário directo acabe por ganhar. Não vejo hipótese do Estoril conquistar pontos. Não sou ninguém para julgar, mas penso pela minha cabeça e digo aquilo que penso, não estou agarrado a nada e não devo favores a ninguém. Lembro-me que o Jardel foi contratado no próprio dia em que o Olhanense jogava com o Benfica. Ainda que a lei permita, de um ponto de vista ético e moral parece-me incorrecto. Ainda esta época, num confronto com o Paços de Ferreira, foi também notícia a contratação de Vítor pelo Benfica. Agora, acontece o interesse pelo Steven Vitória. À mulher de César não basta ser, tem de parecer. Do meu ponto de vista, e é a minha opinião e não a do clube, no mínimo isto são coisas que não dignificam o futebol português. FC Porto e Benfica são as duas equipas que se têm destacado em termos de resultados, qualidade de jogo e regularidade. Gostava que o título fosse atribuído e reconhecido por mérito desportivo, por quem tiver os pontos suficientes, mas infelizmente não me parece possível”, declarou

O técnico reconheceu que, até há duas jornadas atrás, pensava ter “tudo” para discutir a vitória na Liga até à última ronda, uma opinião que alterou, mas sem esquecer todo o “trajecto ao longo da prova”. “Não é com folclore que me distraem, nem com o barulho de foguetes me atordoam ou fazem esquecer outras coisas. Felizmente, recordo-me de muita coisa ao longo do campeonato e nomeadamente recordo-me do último jogo do Benfica com o Sporting, que não deixo branquear. Foi demais. Gostava que fosse limpinho, limpinho, limpinho. Para mim fica manchado, passa a sujinho, sujinho, sujinho, pelo jogo inadmissível de há duas jornadas atrás”, acrescentou.

Sem revelar se Alex Sandro e Maicon estarão disponíveis para o desafio com o Nacional, Vítor Pereira fez uma análise de uma época em que o FC Porto está no segundo lugar da Liga, mas invicto na prova: “Orgulho-me que a minha equipa tenha um modelo de jogo bem definido, mesmo que umas vezes tenha estado mais inspirada e mais rápida, outras vezes menos inspirada e mais lenta. Gosto de futebol de domínio com bola, não gosto de ver a minha equipa a correr a maior parte do tempo atrás da bola. Não fazemos posse cá atrás, mas sim no interior das linhas adversárias, somos pressionantes e agressivos quando perdemos a bola e tem sido esse o FC Porto que foi construído e tem sido visto ao longo da época. Dou mais importância à qualidade dos comportamentos do que às notas artísticas. Temos muitos golos marcados, poucos sofridos, concedemos poucas oportunidades aos adversários e temos muito mais posse de bola do que os adversários. Fomos a única equipa portuguesa que teve qualidade para se manter entre as grandes da Europa. Não fomos eliminados para depois saltar para a Liga Europa, com adversários muito mais acessíveis. Fomos eliminados por uma equipa que levou até aos descontos dos quartos-de-final um dos finalistas da Liga dos Campeões. Infelizmente, sempre com jogadores a menos, acabámos por sair nas outras duas taças. Somos uma equipa com uma matriz bem definida, para dominar e ganhar”.

fonte: fcporto.pt

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