FC Porto-Sporting, 2-0
Liga portuguesa, 29.ª jornada
5 de Maio de 2012
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 50.212 espectadores
Árbitro: Pedro Proença (AF Lisboa)
Assistentes: Bertino Miranda e Ricardo Santos
Quarto árbitro: Cosme Machado
FC PORTO: Helton; Sapunaru, Maicon, Otamendi e Alex Sandro; Fernando, João Moutinho e Lucho; James, Hulk e Varela
Substituições: Sapunaru por Danilo (57m), Varela por Janko (57m) e Lucho por Defour (64m)
Não utilizados: Bracali, Kléber, Rolando e Djalma
Treinador: Vítor Pereira
SPORTING: Rui Patrício; Pereirinha, Onyewu, Polga e Insúa; Schaars, Elias e Matías Fernández; Carrillo, van Wolfswinkel e Capel
Substituições: Carrillo por Jeffrén (60m), Matías Fernández por André Martins (71m) e Schaars por Diego Rubio (78m)
Não utilizados: Marcelo, Carriço, Evaldo e Xandão
Treinador: Sá Pinto
Ao intervalo: 0-0
Marcador: Hulk (82m, pen., e 88m)
Cartões amarelos: Sapunaru (14m), Carrillo (16m), Onyewu (20m e 67m), Moutinho (41m), Fernando (43m e 90m+3), Lucho (49m) e Hulk (83m)
Cartões vermelhos: Onyewu (67m, por acumulação de amarelos), Polga (80m) e Fernando (90m+3, por acumulação de amarelos)
Como já se sabia este era o jogo de celebração do
bicampeonato. Houve no entanto outra coisa que deu mais ênfase à celebração. Nada mais nada menos que Hulk, o Incrível Hulk. Hulk apontou os dois golos que derrubaram um Sporting ainda a lutar pelo
terceiro lugar e deu mais cor à festa, que foi rija no Dragão. Os
Dragões já não perdem em casa, para o campeonato, há 57 jogos, que
correspondem a 42 meses.
No confronto deste
sábado, o Sporting não foi capaz de contrariar uma segunda
parte muito forte dos Dragões, que tiveram em Hulk a solução para
“desbloquear” a partida.
A primeira parte foi disputada e dividida,
com nenhuma das equipas a conseguir uma grande oportunidade de golo. Os
Dragões tiveram mais posse de bola (52%) e procuraram
circulá-la mais do que o adversário, espreitando brechas na defesa do
Sporting. Os lisboetas apostavam no contra-ataque, exigindo à defensiva
azul e branca um cuidado redobrado.
As duas melhores situações de
ataque dos Dragões surgiram nos primeiros minutos: aos sete minutos,
após livre de João Moutinho, Otamendi apareceu ao segundo poste, mas
desviou para fora. Dois minutos depois, um pontapé de ressaca de Lucho,
após um canto, saiu por cima da baliza de Rui Patrício. Na primeira parte regista-se também a tendência do árbitro
Pedro Proença para juízos equivocados, factor que o FC Porto já está habituado. De qualquer forma, o FC Porto saiu prejudicado em
vários lances que irritaram a plateia e a equipa azul e branca.Na segunda parte, Polga disparou ao poste da baliza do FC Porto. Seria esse o único sinal de perigo do Sporting na segunda parte. Os azuis e brancos pegaram no jogo e, aos 53 minutos, Varela isolou-se mas rematou contra as pernas de Rui Patrício, que haveria de ser várias vezes o “salvador” do Sporting.
Aos 67 minutos, Onyewu viu um justificadíssimo segundo cartão amarelo, quando Hulk seguia disparado para a baliza do Sporting, e o FC Porto passou a usufruir de superioridade numérica. O Sporting não faz mais do que resistir, mesmo que por vezes de forma ilegal: aos 78 minutos, Janko foi tocado quando se preparava para desviar para a baliza um cruzamento de Danilo.
A resistência sportinguista terminou depois de nova arrancada de Hulk: o brasileiro cruzou para Janko, que rematou de calcanhar mas permitiu a defesa de Rui Patrício. James acorreu à recarga mas foi "ceifado" por Polga, que foi expulso. Hulk converteu o penálti e deu vantagem ao FC Porto. Mas o Incrível não ficou por aqui. Aos 85 minutos, Hulk ofereceu o golo a Janko, mas Rui Patrício efectuou uma defesa quase impossível. Aos 88, deu a machadada final no encontro, em mais uma arrancada incrível, deixando para trás a defesa do Sporting e o guardião Patrício. Foi o 16.º tento do brasileiro na prova, em que é o melhor marcador portista. Antes do apito final, ainda foi possível ver Fernando a celebrar, tendo levado o segundo cartão amarelo. É uma imagem pouco comum, mas o tempo era já de festa.
INCRIVELMENTE MELHOR
Hulk foi eleito o melhor jogador em campo
no encontro deste sábado, entre o FC Porto e o Sporting, no Estádio do
Dragão. Na 29.ª jornada da Liga, em que os azuis e brancos festejaram em
casa o bicampeonato, o avançado brasileiro fez uma excelente exibição,
apontando os dois golos da vitória.
DECLARAÇÕES
Vítor Pereira: "Só a equipa mais consistente levaria o título"
A conferência após a consagração,
celebrada com uma vitória clara sobre o Sporting, abriu com dedicatórias
e acabou a versar sobre um processo de aprendizagem e evolução. Do
treinador e da equipa. Pelo meio, ficou sublinhado o mais importante: a
vitória da equipa mais consistente e regular, que acrescentou a esses
dois dados a capacidade de se assumir nos momentos decisivos.
Título com dedicatória
"Quero
dedicar este título a muita gente: aos jogadores, que são os principais
obreiros, à massa associativa, que esteve sempre connosco, à
Administração e a todo o staff do FC Porto."
Vitória com mérito
"Foi
um jogo complicado, contra uma boa equipa, com uma primeira parte
aberta, jogo corrido e oportunidades de um lado e de outro. Chegámos à
vitória com todo o mérito, mas creio que também não seria justo ter
vencido por mais golos, porque o Sporting bateu-se bem."
Mais que justificado
"Foi
um campeonato difícil e competitivo. Viemos de uma época com muitos
títulos e enfrentámos dificuldades características de quem ganhou tudo.
Fomos regulares, competentes, ultrapassámos fases menos boas, e acabámos
a jogar bom futebol e a justificar claramente o título. Foi um
campeonato muito disputado, como se previa. Só a equipa mais consistente
e mais regular conseguiria levar o título, e nós temos o melhor ataque e
a melhor defesa. Nos jogos decisivos, a equipa assumiu-se e isso tem a
ver com o carácter dos jogadores."
Ano de aprendizagem
"Não
tenho problemas em assumir que se tratou de um ano de muita
aprendizagem. Fomos crescendo, para chegarmos ao fim da época fortes e
capazes de resolver os jogos decisivos. Todas as experiências são de
aprendizagem e nós vamos crescendo com elas, e eu tenho humildade
suficiente para o reconhecer e para saber que ainda vou crescer como
treinador. Acredito que no futuro serei melhor, mas não estou aqui a
fazer promessas."