quinta-feira, 25 de outubro de 2012

FC PORTO 3-2 DÍNAMO KIEV


UEFA Champions League, grupo A, 3.ª jornada
24 de Outubro de 2012.
Estádio do Dragão, no Porto.
Assistência: 29.317 espectadores.

Árbitro: Pavel Kralovec (República Checa).
Assistentes: Roman Slysko e Martin Wilczek.
Quarto árbitro: Antonin Kordula.
Assistentes adicionais: Radek Prihoda e Micahl Patak.

FC PORTO: Helton; Danilo, Maicon, Otamendi e Mangala; Fernando, João Moutinho e Lucho; Varela, Jackson Martínez e James.
Substituições: Varela por Atsu (64m), João Moutinho por Defour (75m) e James por Miguel Lopes (90m+2).
Não utilizados: Fabiano, Castro, Kleber e Abdoulaye.
Treinador: Vítor Pereira.

DÍNAMO KIEV: Shovkovskiy; Betão, Mikhalik, Khacheridi e Taiwo; Miguel Veloso, Vukojevic e Garmash; Yarmolenko, Ideye Brown e Gusev.
Substituições: Vukojevic por Kranjcar (84m).
Não utilizados: Koval, Mehmedi, Marco Ruben, Bogdanov, Haruna e Ninkovic.
Treinador: Oleksiy Mykhaylychenko.

Ao intervalo: 2-1.
Marcadores: Varela (15m), Gusev (21m), Jackson Martínez (36m e 78m), Ideye Brown (72m).
Cartão amarelo: Garmash (81m), Betão (90m+3), Miguel Veloso (90m+4) e Maicon (90m+4).

O FC Porto venceu esta quarta-feira o Dínamo de Kiev no Dragão por 3-2 e ficou muito perto de carimbar a passagem para os oitavos de final da competição. Jackson, com dois golos, foi o herói da partida
Os dragões começaram melhor e conseguiram chegar ao golo à passagem do primeiro quarto de hora do jogo, pelos pés de Varela. O internacional português recebeu na área e rematou fortíssimo, sem hipóteses para o guarda-redes da equipa ucraniana. O Dínamo de Kiev não baixou os braços e acabou por conseguir chegar ao empate, por Gusev, assistido por Miguel Veloso. Antes, Danilo apareceu na área ucraniana e foi derrubado mas o árbitro fez vista grossa e mandou seguir. O FC Porto viria a conseguir chegar novamente à vantagem ainda antes do intervalo, por Jackson (36') ,que se estreou a marcar na competição. Ao intervalo justificava-se a vantagem azul e branca.
No segundo tempo o FC Porto baixou o ritmo de jogo, tentou segurar o resultado e acabou por sofrer o empate, quando estavam decorridos 72 minutos de jogo. Ideye recebeu de Yarmolenko e, sem deixar a bola cair, rematou para o fundo das redes. No entanto Jackson estava em noite sim e seis minutos depois bisou na partida, fixando o resultado final.
Com este resultado o FC Porto soma nove pontos e garante, desde já, a continuação nas competições europeias, bastando um empate na Ucrânia para segurar a presença nos oitavos de final. O Dínamo de Kiev continua em terceiro, com três pontos

DECLARAÇÕES

Vítor Pereira

Três jogos, três vitórias e nove pontos na Liga dos Campeões: a prestação do FC Porto na máxima competição futebolística europeia continua imaculada e Vítor Pereira sublinhou esse facto na conferência de imprensa após a vitória sobre o Dínamo de Kiev (3-2). Para o técnico, o triunfo foi de uma “inteira justiça” e materializa uma prestação que “não está ao alcance de qualquer equipa”.

Viu-se um FC Porto desnorteado e que demorou a reagir aos golos do Dínamo de Kiev?
Gostaríamos de ter proporcionado um jogo de grande qualidade durante 90 minutos, mas do meu ponto de vista isso é impossível quando sete dos titulares estiveram duas semanas e meia sem competir e caem num jogo da Liga dos Campeões, contra uma boa equipa, recheada de bons jogadores. Até ao primeiro golo do Dínamo apresentámos um futebol de grande qualidade. Depois, acusámos um bocado o golo. Voltámos a entrar bem na segunda parte, em que fomos uma equipa solidária e que soube reagir, mesmo após o 2-2. Julgo que é com inteira justiça que vencemos e somámos nove pontos nos três primeiros jogos, o que não está ao alcance de qualquer equipa.

À semelhança do jogo com o Paris Saint-Germain, mudou a face táctica da equipa e minutos depois chegou à vitória. É algo circunstancial ou que tem pernas para andar?
O jogo é para ser lido e percebido e devemos mudar algo quando sentimos que é correcto. Penso que se refere à mudança do James para dentro: não quis que ele se desgastasse tanto no processo defensivo, porque o sentia cansado e tinha necessidade de baixar muito no terreno. Precisávamos de um decisor no espaço entrelinhas. Muitas vezes, a intenção não tem efeitos práticos, neste caso não sei se foi uma consequência directa mas acabámos por fazer o terceiro golo e ganhar o jogo. A nossa estrutura base é o 4-3-3, mas circunstancialmente podemos tirar partido de um jogador da qualidade, como o James, no espaço entrelinhas.

Na segunda parte houve dois momentos: o golo do Dínamo e o golo do FC Porto. A resposta da equipa após o 2-2 dá garantias do ponto de vista emotivo e táctico?
O Dínamo é uma equipa que tem jogadores rápidos na frente. Quando permitimos lançamentos nas costas da nossa defesa tornam-se perigosos. Para que isso não aconteça, temos de fazer uma pressão forte, mas perdemos capacidade de pressionar alto e expusemos a nossa linha defensiva a muitas bolas na profundidade e uma delas deu golo. A leitura que faço é esta: não conseguimos fazer uma pressão mais alta e circular a bola como gostamos. Não é possível ter sete titulares só a treinar durante duas semanas e meia e preparar convenientemente um jogo da Liga dos Campeões. Não foi a linha defensiva que falhou no 2-2, mas o todo no processo defensivo.

Uma equipa como o FC Porto, com grandes qualidade, marcou três golos mas teve poucas oportunidades. Foi devido à grande qualidade dos jogadores ou à sorte?
A sorte dá muito trabalho.

Falou na paragem do campeonato e na falta de ritmo. Porque não optou por dar ritmo aos titulares na Taça?
Jogar uma eliminatória da Taça contra o Santa Eulália – com todo o respeito que me merece a equipa, que nos criou inúmeras dificuldades – não é um jogo que proporcione transferência para este, da Liga dos Campeões. O ritmo de que falo é também do ponto de vista competitivo. Não acredito que isso pudesse ter dado ritmo ou preparado os jogadores para este encontro.

Que dificuldades espera na Ucrânia?
O Dínamo é uma boa equipa, recheada de belíssimos executantes. Vão criar-nos dificuldades, mas vamos tentar apresentar o mesmo espírito ambicioso. Por isso, fomos capazes, como equipa, mesmo em dificuldades, de fazer o terceiro golo. Talvez nessa fase só a própria equipa tenha acreditado, Com essa união, fomos capazes de vencer. Em Kiev, com outro ritmo e depois de corrigir alguns comportamentos, pretendemos jogar a um nível elevado durante mais tempo.

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